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O Conselho da Europa, em Julho de 2010, decretou o dia 18 de novembro como «Dia Europeu para a Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e Abuso Sexual, traçando quatro objectivos muito claros: a sensibilização da comunidade e dos profissionais para os crimes de exploração sexual e abuso sexual, nomeadamente os que poderão ter origem na utilização não segura da internet; a prevenção destes crimes; a promoção da ratificação e da implementação da Convenção de Lanzarote; e a prevenção da estigmatização das vítimas.
Assinada
em 1 de Julho de 2010, esta Convenção de Lanzarote, que foi
ratificada
por Portugal em 2012, tomando-se força de lei no dia 1 de Dezembro
desse mesmo ano, representa um avanço muito significativo na
prevenção da violência sexual, na proteção das crianças e na
luta contra a impunidade. A importância deste documento acontece
porque é o primeiro instrumento internacional a tratar o abuso
sexual de crianças como
um
crime, independentemente de onde ou por quem seja cometido: em casa,
na instituição de acolhimento nas redes de crime organizado
ou através da Internet.
A
convenção salienta ainda a importância da recolha de dados e da
educação sexual e apela à a criação de serviços que permitam às
crianças denunciar os abusos. Dispõe ainda que procedimentos
judiciais devem ser amigos da criança, tendo plenamente em conta o
trauma do abuso e a necessidade de salvaguardar a segurança, a
privacidade, a identidade e a imagem das as vítimas. Por fim,
reconhece o papel fundamental dos profissionais, dos defensores dos
direitos da criança, da comunicação social e dos pais.
A violência sexual é um problema complexo, sensível e assustadoramente generalizado
Os
dados disponíveis sugerem que cerca de
1 em cada 5 crianças na Europa são
vítimas de alguma forma de violência sexual, estimando-se ainda que
em 70 a 85% dos casos, o agressor é próximo da vítima.
A
violência sexual infantil pode assumir muitas formas: incesto e
abuso sexual, pornografia, prostituição, tráfico, corrupção e
violência sexual por pares, o que torna esta problemática complexa,
sensível e assustadoramente generalizada, porque vive no incógnito.
Mas com consequências terríveis, pois as
crianças vítimas de violência sexual sofrem mais do que apenas uma
violação intolerável da sua integridade física: sua saúde mental
também pode ser afetada e a sua confiança no adulto destruída.
Tanto é mais verdade isto, quanto se sabe que a maioria das crianças
vítimas de abuso conhece o seu agressor, que pode estar na família
e/ou círculo da comunidade: parentes, amigos da família ou
cuidadores.
As
vítimas muitas vezes refugiam-se no silêncio porque sentem
vergonha, culpa e medo. Algumas vítimas infantis são tão jovens
que não têm ideia do que está a acontecer e muitas vezes as
crianças não sabem como ou onde procurar ajuda.
As
consequências da violência sexual perduram na vida adulta,
frequentemente descrita na primeira pessoa como uma vida vivida na
tristeza e dor ocultas.
Infelizmente,
o sofrimento de uma criança vítima nem sempre acaba quando o abuso
é revelado. Com demasiada frequência, as crianças também são
vítimas da desarticulação e inadequação dos serviços de
justiça, serviços sociais e de saúde.
Assim,
no âmbito da promoção dos direitos e proteção das crianças e
jovens, e do dever das comissões de proteção de crianças e jovens
deste país terem um papel vital na prevenção primária
(universal), secundária (seletiva) e terciária (indicada) de
qualquer forma de violência exercida sobre as crianças, a CPCJ de
Vale de Cambra está a comemorar este Dia com uma atividade junto das
escolas do primeiro ciclo, lançando também o repeto a todos os
restantes níveis de ensino, desenvolvendo assim a criatividade, o
interesse e a solidariedade entre pares sobre esta temática.
Além
desta atividade, a CPCJ de Vale de Cambra está a preparar, para o
próximo dia 1 de Dezembro, data do nosso 22.º aniversário e como
forma de comemorar ainda os três anos da entrada em vigor da
ratificação por Portugal da Convenção de Lanzarote, a 1 de
Dezembro de 2012, algumas actividades de visibilidade desta temática
e de reconhecimento da nossa Comissão junto da comunidade
valecambrense.
O
Presidente da CPCJ_VLC
David
Loureiro



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